Arquiteturas impressas

Por “arquitetura impressa” passa-se a entender a documentação, imagética ou por escrito, relativa à produção da arquitetura, desde os tempos antigos. Em A History of Architectural Theory from Vitruvius to the present, Hanno-Walter Kruft apresenta, como o próprio nome da obra já sugere, a história do que ele chama de teoria da arquitetura, cujas referências fundamentais se encontram na História e na Arqueologia. O autor defende que a teoria da arquitetura se faz por escrito, por razões práticas, e não pode se desvincular do seu contexto histórico. Kruft sustenta, ainda, que a teoria é essencial ao fazer arquitetônico tanto no sentido do entendimento dos princípios sobre os quais o arquiteto trabalha, quanto para esclarecer pontos de vista ou entender como outros solucionaram determinados problemas. Isto porque, segundo o autor, a arquitetura tem que ter por base a reflexão, uma vez que novos sistemas nascem de debates sobre os pré-existentes.

    Palavras-chave:

Por “arquitetura impressa” passa-se a entender a documentação, imagética ou por escrito, relativa à produção da arquitetura, desde os tempos antigos. Em A History of Architectural Theory from Vitruvius to the present, Hanno-Walter Kruft apresenta, como o próprio nome da obra já sugere, a história do que ele chama de teoria da arquitetura, cujas referências fundamentais se encontram na História e na Arqueologia. O autor defende que a teoria da arquitetura se faz por escrito, por razões práticas, e não pode se desvincular do seu contexto histórico. Kruft sustenta, ainda, que a teoria é essencial ao fazer arquitetônico tanto no sentido do entendimento dos princípios sobre os quais o arquiteto trabalha, quanto para esclarecer pontos de vista ou entender como outros solucionaram determinados problemas. Isto porque, segundo o autor, a arquitetura tem que ter por base a reflexão, uma vez que novos sistemas nascem de debates sobre os pré-existentes.

O mesmo autor ainda questiona: “What is the relationship between architectural theory and the built architecture? Is the theory an ex post facto set of reflections complementing, justifying and intellectualising what is already been built, or does it lay down programmes and requirements of architecture to fulfil?” (KRUFT, 1994: 16). Em resposta, o próprio Kruft argumenta que a relação oscila entre os dois lados apresentados, sendo possível encontrar exemplos capazes de ilustrar tanto um quanto o outro aspecto, afinal, a partir de um ponto de vista passivo, a relação representa o que os marxistas chamariam de “superestrutura” da arquitetura, podendo ser descartada sem fazer diferença para o edifício já existente, enquanto sob a perspectiva dos defensores da teoria arquitetônica, pode se revelar como um manifesto. De uma maneira ou de outra, o autor sustenta que hoje é impossível negar que a arquitetura seria diferente sem a influência de Vitruvius. Arquiteturas Impressas, como projeto de pesquisa se apresenta, assim, aberto ao acolhimento de pesquisadores cujas inquietações contemplem a legislação, o texto justificativo, descritivo, publicitário ou curatorial, a fotografia, o cartão postal, o desenho técnico e artístico, o filme, a construção, a cidade ou o edifício como representação, narrativa, documento … e defende, ainda que, a despeito de não ser a única abordagem possível, fazer da arquitetura por escrito objeto de pesquisa é parte necessária e imprescindível ao ensino, à extensão e à própria produção, teórica e prática, da arquitetura e do urbanismo contemporâneos.

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